CRIANÇAS SUPERESTIMULADAS PARTE I: COMO A TECNOLOGIA TRANSFORMOU A INFÂNCIA?

Sep 7, 2018 | Aplicações De Controlo Parental

Ser criança hoje significa estar constantemente exposto a muitos estímulos: entre a mídia e outras novas tecnologias que permitem o acesso à Internet quase a qualquer hora e em qualquer lugar, muitos acham difícil se concentrar por um longo tempo e acham a escola “entediante”.

Na verdade, muitas crianças entre dois e cinco anos têm mais habilidades para usar computadores, celulares e navegar na internet do que nadar, abotoar, colocar um agasalho ou andar de bicicleta, segundo um estudo da AVG Technologies.

De acordo com uma pesquisa respondida por 2.200 mães nos Estados Unidos, no Canadá e em alguns países europeus, 19% das crianças conseguiram usar um aplicativo de celular, mas apenas 9% puderam amarrar seus sapatos; 25% sabiam abrir uma janela em um navegador de internet enquanto apenas 20% nadavam sem ajuda.

Nos últimos anos, os dispositivos da Internet, como tablets e celulares, substituíram a televisão como uma alternativa ao entretenimento e até à babá eletrônica.

Segundo um estudo realizado na América Latina pelo canal de televisão Cartoon Network, crianças entre 6 e 11 anos navegam em média duas horas por dia, entre três e quatro dias por semana.

Pais ausentes, tecnologia presente

Soma-se a isso a situação familiar: a maioria das crianças cresce com a ausência constante de seus pais, devido a problemas de trabalho. Ao mesmo tempo, eles enfrentam uma demanda muito alta de seus pais e professores, tanto na escola quanto em atividades extracurriculares.

Os horários muito saturados e a pressão constante em seu ambiente para ser o melhor e cumprir várias atividades podem causar distúrbios comportamentais. “Nós vemos crianças que estão exaustas na escola, dormindo em sala de aula, nervosas e irritadas”, e suas reações emocionais também são alteradas em casa.

“Em outros casos, as crianças estão jogando na escola durante as aulas ou quando fazem lição de casa”, já que o jogo é parte natural de seu desenvolvimento e precisam ser realizadas em algum momento, diz Brenda Rodríguez, professora de terapia familiar integral, especialista em psicoterapia de crianças e adolescentes.

Como o uso precoce da tecnologia modifica nosso cérebro?

Muitos pais acham que seus filhos são muito inteligentes porque são capazes de usar dispositivos eletrônicos, mas ensinar as crianças a executar tarefas muito complexas antes que seu “sistema esteja pronto para realizá-las, pode produzir deficiências permanentes na capacidade de aprender ao longo da vida”, segundo membros do grupo de pesquisa em Neuroplasticidade e Aprendizagem da Universidade de Granada, coordenado pela psicóloga MilagrosGallo.

Este fenômeno pode ser devido a duas razões: por um lado, que a pessoa é emocionalmente bloqueada ou que o sistema de memória está modificado. “Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: você aprende pior se nos ensinou usando técnicas complexas antes de que o cérebro tenha se formado adequadamente”, explica Gallo.

O filósofo alemão Christoph Türcke disse que “a hiperestimulação da nossa cultura audiovisual deu origem a um regime de atenção caracterizado pela ‘distração concentrada'”. A longo prazo, essa situação afeta a capacidade das crianças de perseverar em tarefas, lembrar e construir frases claras.

Portanto, a abordagem da tecnologia deve ser direcionada e acompanhada. Os pais devem organizar o horário em que seus filhos usarão o computador ou outros dispositivos e monitorar o conteúdo que será visualizado usando o aplicativo de controle parental, como o FamilyTime.

Acima de tudo, “dispositivos eletrônicos não devem substituir a atenção e a presença dos pais”, enfatiza o especialista, pois é fato que a qualidade das relações de apego com os cuidadores durante os primeiros anos de vida é fundamental para o desenvolvimento cognitivo da criança.

O FamilyTime ajuda as famílias a gerenciar e proteger a vida digital de seus filhos.

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